domingo, abril 29, 2007

Rebento


Rebento

Que seja pleno
se tardar...tanto faz
quero agarrar o poema
com as unhas do coração
e não negar
o que explode em mim

quero rasgar o peito
com um verso feito

...que seja bobo
ou que me questione
mas que me leve
e me aprisione

Cláudia Gonçalves

quinta-feira, abril 05, 2007



Ultravida

Ah! Devolva-me intacta
a brisa perdida nos descaminhos.
Que o cinza não cubra o arco-íris
e no rebento da onda
não me fuja a poesia.

Rejuvenesço,
enquanto o tempo
mata a vida nas dobras da pele.
Carcomidas pela ferrugem das horas
as dobradiças do tempo
não articulam novos movimentos.

A poesia flana na alma
enquanto a morte
agiganta-se na carne.
O corpo atracado no porto,
assiste ao poente
que repete paisagens do que foi
vivido, cismado, divagado, perdido.

A alma, em outras paragens,
navega em mar alto,
com a certeza
de que depois do porto
nada é findo, mas inefável...

Não há como fugir nem fingir, começo a crer:
há um desarranjo no duplo que me faz.

Cláudia Gonçalves & Ednilson de Paulo
Paulo Obrigada pela feliz parceria nesta poesia.
Foi um grande prazer escrever com vc!
Te adoro meu amigo!
Poetabeijocacau.